Árvore
Queria ser apenas o personagem de um quadro.
Dentro do meu peito existe uma árvore. Seus galhos são retorcidos e erráticos, o tronco firme, embora diversas feridas feitas por machados possam ser vistas. As cores das folhas não obedecem às estações do ano, mas às variações aurais da minha alma. Elas vibram em mantras simétricos, que descrevem meu invariavelmente precário estado de espírito. Eu achava, até pouco tempo atrás, que a árvore que vive dentro de mim não fosse mais crescer, tantos são os golpes que tem sofrido. Eu a imaginei tombada, se desintegrando, se misturando com a terra escura e se esvaindo em absoluto silêncio, como o punhal que deixa um corpo já inerte. Ledo engano. A estrutura era mais forte do que eu pensava. Me desculpe por duvidar. O âmago continua intacto, e o que dói é que o crescimento está centrado, agora, apenas nas raízes. Penetrando minha carne elas crescem, se multiplicam em pequenas ramificações, longas e perfurantes. É a dor avisando que estou vivo.
Dentro do meu peito existe uma árvore. Seus galhos são retorcidos e erráticos, o tronco firme, embora diversas feridas feitas por machados possam ser vistas. As cores das folhas não obedecem às estações do ano, mas às variações aurais da minha alma. Elas vibram em mantras simétricos, que descrevem meu invariavelmente precário estado de espírito. Eu achava, até pouco tempo atrás, que a árvore que vive dentro de mim não fosse mais crescer, tantos são os golpes que tem sofrido. Eu a imaginei tombada, se desintegrando, se misturando com a terra escura e se esvaindo em absoluto silêncio, como o punhal que deixa um corpo já inerte. Ledo engano. A estrutura era mais forte do que eu pensava. Me desculpe por duvidar. O âmago continua intacto, e o que dói é que o crescimento está centrado, agora, apenas nas raízes. Penetrando minha carne elas crescem, se multiplicam em pequenas ramificações, longas e perfurantes. É a dor avisando que estou vivo.
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